Matinta Perêra

Matinta Perêra (com ou sem acento no ''e'') é uma criatura do folclore brasileiro, descrita como uma velha feiticeira que se transforma em uma ave soturna e em algumas versões outras criaturas como gatos pretos e até o Saci Pererê.

Quando chega a noite a Matinta Perera aparece geralmente como uma ave, também parecida com o corvo de pescoço mais longo, sobrevoando as vilas de interiores com um piado macabro e assustador cortando os sons da madrugada.

Seu assobio agudo perturba o sono das pessoas, é muito parecido com o da coruja rasga-mortalha. Ela pousa em sua forma de ave no muro, telhados e janelas das casas, assobiando e não para até que o morador se renda e lhe prometa tabaco.

Na manhã seguinte ela toma sua forma de velha, muito parecida com uma mendiga pedindo esmola nas portas das casas, isso seria a cobrança da promessa feita na noite anterior.

Acredita-se que em noites sem lua, ela apareça em sua forma original, uma velha com cabelos pelo rosto em um manto escuro que se camufla nas sombras das noites escuras, acompanhada de uma criatura que seria o Saci, seu companheiro de fumo. Se avistam alguma pessoa vagando por sua frente, soltam um assobio ensurdecedor para espantar qualquer um. Nessa forma, ela usa seu manto como uma capa para planar por cima das casas.

Ninguém sabe onde a Matinta mora, algumas pessoas afirmam que ela pode habitar ruínas nas matas, se transformando apenas em uma entidade, moradora de grutas e ‘taperas’ de corujas, cobras e onças.

Quando sua vida chega ao fim, a Matinta solta uma pergunta ‘’Quem quer? Quem quer? ‘’ Quem disser ‘’Eu’’ recebe a maldição de se transformar numa Matinta Perêra. Algumas pessoas afirmam que também pode ser hereditário, e passar de mãe para filha e assim sucessivamente, há também historias de velhas que podem se transformar em Matintas com feitiçaria, para prejudicar outras pessoas causando doenças, dores e até a morte.

A lenda da Matinta Perêra é muito antiga, e pode ter surgido de variantes da lenda do Saci ou de um gênio maléfico que se hospedava em aldeias abandonadas, assustando pessoas que por ali andavam, ele tinha uma perna só e um gorro vermelho, saia pulando atrás de uma velha macabra que cantarolava e assobiava como um pássaro pela noite, pedindo fumo nas casas.

Para espantar uma Matinta, é preciso de um rosário bento, uma tesoura de aço, uma chave e uma vassoura virgem, as quais seriam instrumentos fortes para que ela não apareça mais no local, deve se enterrar a chave e fincar a tesoura amarrada com o rosário por cima, com isso, a entidade da Matinta ficaria presa, e poderia ser libertada com a vassoura virgem, que a levaria embora, espantando para que nunca mais voltasse.

Sugestão de postagem: Bruno Hesse